“Eu e meu namorado fomos para Santiago, no Chile, e decidimos fazer o passeio até Valparaíso. Buscaram a gente no hotel e já ficamos felizes, porque éramos só nós dois na van. Não estávamos com vontade de fazer aqueles passeios em grupo, no melhor estilo excursão de escola.Só que a alegria durou pouco. A van seguiu e parou em outro hotel para pegar mais gente. Tudo bem, era só mais um casal. Depois é que virou excursão. A van serviu apenas para levar a gente até um ônibus, que já estava quase cheio, a maioria brasileiros e alguns colombianos, e com as pessoas apenas nos esperando para começar a viagem.Na primeira parada, as pessoas, animadíssimas, já começaram a mostrar a que vieram, tomando uma bebida típica, parecida com uma pinga, oferecida por garçons vestidos à moda gaúcha. A parada, aliás, foi em um posto na estrada, com chão de terra preta. Eu, que estava de sandália, detestei. A maioria das pessoas estava naquele clima de querer fazer amizade. Menos nós dois.Valeu ter ido a Valparaíso. A cidade é histórica, linda, adoramos a casa de Pablo Neruda , mas realmente a gente preferia ter ido de outra maneira. Sozinhos, de preferência. Principalmente por termos ficado mais de 40 minutos no ônibus esperando um casal em lua-de-mel que achava que a parada, de apenas meia hora, duraria uma hora e meia.A excursão seguiu para Viña Del Mar, um belo balneário a menos de duas horas de Santiago. Almoçamos longe de nossos colegas, que ficaram no restaurante sugerido pelo guia. Na hora de ir embora, as pessoas tinham exagerado no vinho – e algumas levaram garrafas para beber dentro do ônibus, em copinhos de plástico. Muitas delas estavam bêbadas, fazendo piadinhas sem graça e atrapalhando quem queria dormir no caminho de volta.O guia, um senhor chileno fofo, foi reclamar com as pessoas. Ele disse que no Chile não se bebe assim na rua. As pessoas bebem em restaurantes ou em casa. Nosso “companheiros” de viagem ficaram bravos, criticaram o guia, deixaram claro que aquilo era um absurdo. Morremos de vergonha quando o senhor respondeu que só queria que a cultura dele fosse respeitada.Não bastasse isso, na parada seguinte, em outro posto da estrada, um dos brasileiros, com a camisa toda manchada de vinho, começou a discutir com um chileno que nem estava na excursão como era ridículo o fato dele não poder beber onde bem entendesse. O homem só deve ter pensado "pra evitar situações constrangedoras como essa".Por essas e outras que viagens em grupo, por mais curtas que sejam, podem sim ser uma grande roubada!" (Mariana Moreira)
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