"Fui pra Disney com mais três pessoas: minha noiva, minha cunhada e o marido dela. Desde o começo, as mulheres eram as que tomavam à frente em qualquer situação que precisasse o uso do inglês, já que eu o Renato, o meu concunhado, não dominávamos a língua. E assim foi a viagem inteira...No último dia foi que a roubada aconteceu. Nós iríamos pegar um avião, em um domingo, às 7 da manhã em Orlando, com destino a São Paulo, mas com escala em Miami. Como o voo era internacional, tínhamos que chegar no aeroporto com três horas de antecedência.Nós tínhamos alugado um carro, um Mustang, que mal coube a gente e as malas quando chegamos em Orlando. Compramos muita coisa e cada um tinha uma mala a mais pra levar. Então, na volta, decidimos fazer duas viagens até o aeroporto.O Renato, meu concunhado, era o motorista oficial autorizado e eu, teoricamente, era um dos que estava mais esperto em relação a caminhos e mapas. Então, fomos nós dois e minha noiva, Maria Luiza, na primeira viagem. Como ela dominava o inglês, ela podia ir agilizando nosso embarque no aeroporto. Fomos nós três e mais umas três ou quatro malas.Bom, deixamos a minha noiva no aeroporto. Isso levou meia hora, o que nos fez ter tempo de folga para ir buscar a minha cunhada, Fernanda, com o resto das malas.Tudo estava indo superbem, até que, quando tínhamos que pegar, na rodovia principal, a entrada para irmos para a casa onde estávamos hospedados, tinha ocorrido um acidente e não podíamos ir por ali. Entramos na proxima saída e aí nos perdemos. Não sabíamos chegar na casa sem ser por aquela saída, e todos os possíveis caminhos que consultei nos mapas nós não conseguíamos chegar.Como vimos que no lugar do acidente estava cheio de policiais, decidimos tentar pegar um retorno e voltarmos na saída em direção ao acidente para pedir informações. Demoramos uns 15 ou 20 minutos para acharmos um retorno e aí entramos em uma contramão!Tivemos que voltar tudo, até conseguir voltar à rodovia principal e chegarmos no mesmo ponto onde era para entrarmos originalmente. Chegamos no ponto do acidente e, assim que fomos parando o carro, já veio um policial gritando. Meu concunhado abriu a janela e, quando foi tentar pegar algo, o policial já disse algo, mas eu só entendi a palavra "saída".Como o Renato fechou o vidro e saiu acelerando, pensei que ele tinha entendido. Aí ele virou pra mim e disse: "Entendeu alguma coisa?" E eu respondi que só tinha entendido algo como "saída 7". Ele também só tinha entendido isso!Comecei a ficar desesperado, pensando na minha noiva, no aeroporto sozinha sem informações, e na minha cunhada, na mesma situação, na casa.Continuamos andando e, na saída 6, vimos vários carro entrando. Paramos e pensamos em segui-los, mas estávamos certos que tínhamos que pegar a saída 7. Andamos mais e pegamos a saída 7.Ops! Andamos, andamos e nada! Estávamos indo para um lado totalmente diferente... Passamos por uns pedágios que a gente não sabia se tinha que pagar, pois não tinha ninguém neles. Daí concluímos que tínhamos que ter pego mesmo a saída 6.Ou seja, a única coisa que entendemos estava errada. Andamos mais um pouco e percebemos que estávamos ficando sem gasolina, e com pouco dinheiro. Ali pensei que nunca ia voltar pro Brasil!O Renato começou ir para um caminho totalmente escuro, sem nada, lojas, postos, nada, quase deserto, só com algumas casas que tinham um quintal enorme e as casas no fundo, e sem iluminação nenhuma! Ali quase não passava carro. Os mapas ja tinham virado um monte de papel mal dobrado, amassado e que não ajudava em nada.Depois de uma meia hora caíimos em uma "civilização": uma rua, com luz e carros. Achamos um posto, que seria a nossa salvação. Pegamos o que tínhamos de dinheiro, apenas 5 dólares. E tentamos mais uma vez perguntar para a mulher do posto onde estávamos e como sairíamos daquele inferno. Isso já era mais de 5 da manhã, e a mulher falou, falou, falou muito e mais uma vez ficamos a ver navios e fomos tentando seguir pela direção dos braços dela, vira ali, vira aqui, essa coisa toda.Chegamos na rodovia principal, aquela do acidente, e tínhamos duas saídas: uma leste e outra oeste. Como a gente achava que estava muito pra trás do lugar que tínhamos nos perdido, entramos na oeste... e descobrimos logo que estávamos errados de novo!Depois de quase duas horas perdidos, chegamos. A minha cunhada já estava chorando, pensando que tínhamos batido o carro, e ainda tinha a minha noiva que estava no aeroporto a meia hora dali e com o voo prestes a sair.Corremos até o aeroporto. Minha noiva também estava desesperada, imaginando o pior. Como íamos pegar um avião com escala em Miami, descobrimos que o nosso voo era considerado local, sem precisar chegar tão cedo. Então, mesmo chegando faltando quase meia hora pro voo, deu tempo de embarcar.Resumo da ópera: nunca ande sozinho ou com alguém que, assim como você, não saiba falar inglês!!!" (Renato Herdy)
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