Um retrato do tataravô, o mestre de caça de um duque local, estava pendurado na parede ao lado. Seus quatro filhos estavam bem comportados, inclusive Genoveva, de dois anos, que passava a manteiga no próprio pão com uma faca. Seria fácil esquecer que aquilo era também um hotel, até a mulher de von Gilsa - Tanja - entrar, vestindo botas de cavalaria pretas e trazendo uma grande louça branca chinesa de frango assado, que os dois hóspedes prontamente dividiram. Depois do jantar, von Gilsa começou o tour, discorrendo sobre a origem do mobiliário antigo e objetos de decoração de toda a casa. “Eu acho que este aqui é meu”, disse, apontando para a pele de um javali que ele havia recentemente caçado.
O castelo de von Gilsa é um dos cerca de 50 castelos espalhados pela Alemanha que abriram as portas para turistas nos últimos anos. Metade deles ainda pertence e é coordenada por nobres. O que muda de um para outro é a arquitetura e os detalhes. Alguns são rústicos até o osso, com banheiros comunitários e frios, ainda aquecidos com carvão. Outros, palacetes, são grandiosos, como o Scholoss Ossenberg, uma construção de 800 anos às margens do Reno, perto de Dusseldorf, com uma sala rococó coberta de afrescos e lustres imponentes.
Enquanto a nobreza alemã era oficialmente abolida em 1919, aristocratas podiam ficar com seus castelos até elaborarem seus nomes, em geral pontuados com "freiherr" (barão) e preposições "von e zu". Hoje, estima-se que existam pelo menos 70 mil alemães com títulos nobres. Eles tendem a permanecer unidos, casando uns com os outros e se encontrando em lugares comuns. Há, inclusive, um evento de verão para adolescentes chamado Adel auf dem Radel, ou “Nobres sobre Rodas”, uma aventura de bicicleta para a “nobreza”.
Apesar da diminuição da riqueza, algo ainda fascina em relação aos aristocratas alemães – muitas revistas de fofoca como Bunte and Gala acompanham seus amores, suas fortunas e escândalos. E estar apto a se misturar com os nobres e, até (talvez) ter sua cama preparada por uma baronesa é, sem dúvida, parte do apelo.
A verdade, no entanto, é que o contato com os nobres varia, e muito. Alguns duques e barões se dispõem a tomar drinques ou bater papo com os hóspedes; outros mal pronunciam um “olá” antes de se enfiarem correndo em seus próprios aposentos na mansão.
Um dos mais amigáveis pode ser o Schloss Ludwigsech, o castelo de von Gilsa, localizado em uma área verde de 4 mil acres ao lado de Bad Hersfeld, a cerca de 90 minutos de carro de Frankfurt. O castelo possui cerca de 30 quartos na antiga fortaleza – a decoração da maioria preparada por von Gilsa. Seu castelo está em uma ribanceira perto das florestas onde Little Red Riding Hood provavelmente um dia vagou. Sinaliza agora uma beleza desbotada, com uma caça desenfreada, embora seja fácil imaginar tempos em que o ar era preenchido com o som das trombetas e o latido dos cães de caça. Dentro, os grandes corredores são preenchidos por gerações e gerações de chifres de veados e recheados com penas de perus selvagens - nomes e datas meticulosamente catalogados. Quando à noite conduzem ao banheiro compartilhado, dão a sensação de ser o Museu Americano de História Natural.
A família von Gilsa adquiriu o castelo assim que foi construído, no século 15. Os atuais moradores herdaram a construção há cinco anos de mãe de von Gilsa e se mudaram para lá com seus quatro filhos – Apollonia, Anastásia, Genoveva e Wilhelm. Como a maioria dos nobres que viraram “anfitriões”, a família von Gilsa decidiu transformar uma ala de quatro quartos do castelo em hospedagem por causa do dinheiro. “Meu pai ficaria muito orgulhoso de ter hóspedes pagantes”, afirmou von Gilsa. Ele explicou que as contas com o aquecimento e a manutenção o deixaram com poucas escolhas, três anos atrás. Agora, por 110 euros a noite, um casal pode dormir em uma das camas com baldaquino ao lado de retratos do século 18 dos von Gilsa e tomar o café da manhã que um aristocrata serviu.
Durante o dia o castelo oferece caminhadas, embora a atividade mais aristocrática seja a caça de veados e javalis nas florestas. O barão von Gilsa fornece as armas e a munição. Se antes combinado, a família ainda transforma a caça do dia no jantar – provavelmente um veado grelhado com batatas souté e salada de repolho.
O castelo de von Gilsa é um dos cerca de 50 castelos espalhados pela Alemanha que abriram as portas para turistas nos últimos anos. Metade deles ainda pertence e é coordenada por nobres. O que muda de um para outro é a arquitetura e os detalhes. Alguns são rústicos até o osso, com banheiros comunitários e frios, ainda aquecidos com carvão. Outros, palacetes, são grandiosos, como o Scholoss Ossenberg, uma construção de 800 anos às margens do Reno, perto de Dusseldorf, com uma sala rococó coberta de afrescos e lustres imponentes.
Enquanto a nobreza alemã era oficialmente abolida em 1919, aristocratas podiam ficar com seus castelos até elaborarem seus nomes, em geral pontuados com "freiherr" (barão) e preposições "von e zu". Hoje, estima-se que existam pelo menos 70 mil alemães com títulos nobres. Eles tendem a permanecer unidos, casando uns com os outros e se encontrando em lugares comuns. Há, inclusive, um evento de verão para adolescentes chamado Adel auf dem Radel, ou “Nobres sobre Rodas”, uma aventura de bicicleta para a “nobreza”.
Apesar da diminuição da riqueza, algo ainda fascina em relação aos aristocratas alemães – muitas revistas de fofoca como Bunte and Gala acompanham seus amores, suas fortunas e escândalos. E estar apto a se misturar com os nobres e, até (talvez) ter sua cama preparada por uma baronesa é, sem dúvida, parte do apelo.
A verdade, no entanto, é que o contato com os nobres varia, e muito. Alguns duques e barões se dispõem a tomar drinques ou bater papo com os hóspedes; outros mal pronunciam um “olá” antes de se enfiarem correndo em seus próprios aposentos na mansão.
Um dos mais amigáveis pode ser o Schloss Ludwigsech, o castelo de von Gilsa, localizado em uma área verde de 4 mil acres ao lado de Bad Hersfeld, a cerca de 90 minutos de carro de Frankfurt. O castelo possui cerca de 30 quartos na antiga fortaleza – a decoração da maioria preparada por von Gilsa. Seu castelo está em uma ribanceira perto das florestas onde Little Red Riding Hood provavelmente um dia vagou. Sinaliza agora uma beleza desbotada, com uma caça desenfreada, embora seja fácil imaginar tempos em que o ar era preenchido com o som das trombetas e o latido dos cães de caça. Dentro, os grandes corredores são preenchidos por gerações e gerações de chifres de veados e recheados com penas de perus selvagens - nomes e datas meticulosamente catalogados. Quando à noite conduzem ao banheiro compartilhado, dão a sensação de ser o Museu Americano de História Natural.
A família von Gilsa adquiriu o castelo assim que foi construído, no século 15. Os atuais moradores herdaram a construção há cinco anos de mãe de von Gilsa e se mudaram para lá com seus quatro filhos – Apollonia, Anastásia, Genoveva e Wilhelm. Como a maioria dos nobres que viraram “anfitriões”, a família von Gilsa decidiu transformar uma ala de quatro quartos do castelo em hospedagem por causa do dinheiro. “Meu pai ficaria muito orgulhoso de ter hóspedes pagantes”, afirmou von Gilsa. Ele explicou que as contas com o aquecimento e a manutenção o deixaram com poucas escolhas, três anos atrás. Agora, por 110 euros a noite, um casal pode dormir em uma das camas com baldaquino ao lado de retratos do século 18 dos von Gilsa e tomar o café da manhã que um aristocrata serviu.
Durante o dia o castelo oferece caminhadas, embora a atividade mais aristocrática seja a caça de veados e javalis nas florestas. O barão von Gilsa fornece as armas e a munição. Se antes combinado, a família ainda transforma a caça do dia no jantar – provavelmente um veado grelhado com batatas souté e salada de repolho.
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