O sol reluzente por detrás das rochas expostas, a delicada espiral do Rio Colorado, pássaros cantando sobre os pinheiros e, em seguida, um ônibus barulhento passando por você em busca dos melhores cartões-postais do parque. Sim, o Grand Canyon é grande em tudo, inclusive no quesito armadilha para turistas.
Mais de quatro milhões de pessoas visitam aquele canto remoto do Arizona a cada ano, por isso sua experiência pode não passar da loja de souvenires na entrada do parque se você não planejar com antecedência – uma necessidade até mesmo se multidões e lembrancinhas cafonas fazem seu gênero. Durante a alta temporada, que vai de maio a setembro, os quartos de hotel ficam lotados com meses de antecedência, bem como aqueles passeios sobre mulas e alguns raftings, que chegam a ter um ano de espera. Ah, como é ermo esse lugar!
Sexta-feira
17h - Atração principal
Deixa a melhor parte para o final? Não nessa viagem. Depois de dirigir 81 milhas desde a cidade de Flagstaff, no Arizona, local de pouso da maioria dos visitantes, siga para o El Tovar Hotel (Grand Canyon Village, 928-638-2631). O alojamento histórico propositalmente construído em determinado ângulo – assim os hospedes são obrigados a deixar o quarto para ter uma vista mais ampla do esplendor do parque - oferecendo um dos melhores pontos de acesso à borda do cânion.
Estique suas pernas e dê uma caminhada ao longo da porção leste da trilha, que margeia o cânion por mais de 20 quilômetros, e cuja altura de mais de 2 quilômetros acima do nível do mar pode tirar o seu fôlego. Resista à tentação de sair da trilha: guardas do parque dizem que, a cada ano, uma pessoa sofre queda seguida de morte, e outras são feridas.
19h30 - Comam com vontade, camaradas
O El Tovar pode parecer familiar – o exterior do hotel apareceu no filme Férias Frustradas, de 1983. Clark Griswold (Chevy Chase) para seu station wagon verde ervilha e assalta a recepção do hotel. Ele devia ao menos ter jantado antes. O restaurante El Tovar (928-638-2631, ramal 6432) é, de longe, o melhor da região. Com o calor de duas lareiras, relaxe bebericando um Arizona Sunrise (suco de laranja, tequila e grenadine; US$5.99) enquanto admira as paredes revestidas de tapeçarias das tribos Hopi e Navajo. Para jantar, comece com a salada da casa com vinagrete de pinhão (US$7,40) e escolha entre as costeletas de cervo (US$35,40) e o filé mignon com camarões não-cultivados, como prato principal.
22h - Atingido por uma estrela
Se o jantar saiu caro demais, aproveite o show gratuito em seguida. Como tem pouquíssima poluição naquela área – as cidades mais próximas, Phoenix e Las Vegas, estão a 200 milhas de distância dali – o céu noturno é cheio de estrelas. Pegue um dos panfletos gratuitos que ensinam a encontrar constelações no lobby do El Tovar e grude os olhos no céu. Pontos para quem conseguir encontrar a constelação Lesser Watersnake.
Sábado
17h - Sonata ao nascer do sol
As múltiplas camadas de rochas expostas do cânion são gloriosas na luz da manhã. Faça o download da trilha sonora de 2001: Uma Odisséia no Espaço para complementar (essa combinação realça ainda mais a experiência). Experimente uma corrida ou caminhada matinal na trilha que margeia o cânion rumo ao oeste e mantenha seus olhos atentos aos pica-paus fazendo seus turnos matinais. Nem se preocupe em tentar chegar ao Hermit’s Rest, construção de pedras do século 19 que leva o nome de um explorador franco-canadense que teve uma fazenda na região. Atualmente – sim, você acertou – o lugar foi transformado em loja de souvenires e lanchonete.
9h - Pegue o voo
As tais famosas mulas? Compre o cartão-postal. O animal cheira mal, caminha por estreitas saliências entalhadas nas paredes do cânion e vêm com uma lista de regras de fazer perder a coragem (está escrito no panfleto: “o viajante não pode ter peso superior a 90 quilos – sim, pesamos um por um! - e deve estar completamente vestido”). Junte-se aos tempos modernos e faça um passeio no helicóptero Eco-Star, modelo de energia eficiente projetada com janelas extras. Diversas operadoras oferecem o passeio, mas a empresa Maverick Helicopters (Grand Canyon National Airport on Highway 64; 928-638-2622) conta com uma frota nova e bons serviços. Os tours são realizados em pequenos grupos – no máximo sete pessoas – e o preço varia de acordo com a duração da viagem – a mais longa, cerca de 45 minutos, sai por US$225 por pessoa. Peça ao piloto para mostrar a Tower of Ra, um outeiro que leva o nome do deus egípcio do sol.
Meio-dia - Cesta de piquenique
O vilarejo onde se encontra o heliporto é Tusayan: uma frustrante coleção de restaurantes fast-food, motéis e lojas de souvenires. Compre um lanche no balcão da lanchonete localizada dentro do Market Plaza (que fica a uma ou duas milhas da entrada do parque; 929-638-2262). A comida não tem nada demais – sanduíches de pastrami e afins por cerca de US$5,98 – mas, pelo menos, você vai se livrar de almoçar em um fast-food.
13h - Vista do deserto
Chegar ao principal ponto turístico ao meio-dia irá poupá-lo da multidão que chega para o nascer e pôr-do-sol. A vista é igualmente impressionante. A partir do mirante da torre Desert View Watchtower (26 miles past Market Plaza on Highway 64 East), construído em 1932, é possível ver o Painted Desert, uma ampla faixa de terra atingida pela erosão onde o vento e a chuva expuseram camadas estratificadas de minerais reluzentes em tons de violeta, vermelho e dourado. Guardas do parque fazem palestras diárias sobre a história cultural da região.
15h - Brinque de arqueólogo
Os amantes de atividades ao ar livre vão gostar de mais uma trilha, desta vez um pouco mais poderosa. Para aqueles que já tiveram a dose suficiente de visita ao cânion do dia, outro tesouro cultural da região ainda aguarda por ser explorado. Cerca de 800 anos atrás, Wupatki Pueblo (cerca de 34 milhas ao norte de Flagstaff através da Highway 89; 928-679-2365) foi uma próspera base para os povos Sinagua, Kayenta Anasazi e Cohonina. Restauram os cem quartos, incluindo um espaço que arqueólogos identificaram como salão de bale, similar àqueles encontrados nas culturas pré-colombianas.
17h30 - Relaxe com sorvete
Se altura não é o seu forte, relaxe: você já passou pela parte mais difícil do Grand Canyon. Recomponha-se depois da viagem de volta à civilização com um sorvete na casquinha no pátio do Bright Angel Lodge (about two blocks west of El Tovar; 928-638-2631), que dispõe de uma antiga máquina de refrigerantes. O sabor Grand Canyon Crunch não existe mais – o sorvete de café com caramelo e pedaços de chocolate saía caro demais para ser fabricado em quantidades limitadas – mas, experimente o shake de morango (US$4,86). Dentro do motel rústico encontra-se uma banca de jornais, uma das poucas do parque.
19h - Jantar dançante
Com exceção do restaurante do El Tovar, a comida costuma ser horrível na região. Porém, dê uma chance ao Arizona Room (929-638-2631) localizado dentro do Bright Angel. Os nomes dos pratos são de encher os olhos – salmão selvagem grelhado em crosta de chilis com molho de melão e arroz pilaf com feijão preto e pinhão, US$22,15 – mas, não posso dizer o mesmo do estômago. A boa nova: as mesas próximas às janelas têm vista para o cânion. Depois do jantar, aproveite a lareira de pedras localizada no lobby. Com um pouco de sorte, você poderá assistir uma demonstração de dança Hopi, que ocasionalmente acontece no local.
Domingo
10h - Lado selvagem
A Floresta Nacional Kaibab tem 1,6 milhões de acres de pinheiros ponderosa ao redor do Grand Canyon, um destino especial para os amantes da natureza e entusiastas do camping. Depois de dizer adeus ao buraco no solo mais famoso do mundo pare no caminho de volta de Flagstaff para explorar o Kendrick Park Watchable Wildlife Trail (Highway 180, about 20 miles north of Flagstaff). É relativamente fácil avistar alces, texugos, pássaros azuis e falcões de rabo vermelho, assim como lagartos de chifres e outras criaturas da floresta. A região do Grand Canyon também é o lar de escorpiões, tarântulas, cascavéis e monstros Gila – estes, porem, geralmente estão confinados no próprio cânion.
Mais de quatro milhões de pessoas visitam aquele canto remoto do Arizona a cada ano, por isso sua experiência pode não passar da loja de souvenires na entrada do parque se você não planejar com antecedência – uma necessidade até mesmo se multidões e lembrancinhas cafonas fazem seu gênero. Durante a alta temporada, que vai de maio a setembro, os quartos de hotel ficam lotados com meses de antecedência, bem como aqueles passeios sobre mulas e alguns raftings, que chegam a ter um ano de espera. Ah, como é ermo esse lugar!
Sexta-feira
17h - Atração principal
Deixa a melhor parte para o final? Não nessa viagem. Depois de dirigir 81 milhas desde a cidade de Flagstaff, no Arizona, local de pouso da maioria dos visitantes, siga para o El Tovar Hotel (Grand Canyon Village, 928-638-2631). O alojamento histórico propositalmente construído em determinado ângulo – assim os hospedes são obrigados a deixar o quarto para ter uma vista mais ampla do esplendor do parque - oferecendo um dos melhores pontos de acesso à borda do cânion.
Estique suas pernas e dê uma caminhada ao longo da porção leste da trilha, que margeia o cânion por mais de 20 quilômetros, e cuja altura de mais de 2 quilômetros acima do nível do mar pode tirar o seu fôlego. Resista à tentação de sair da trilha: guardas do parque dizem que, a cada ano, uma pessoa sofre queda seguida de morte, e outras são feridas.
19h30 - Comam com vontade, camaradas
O El Tovar pode parecer familiar – o exterior do hotel apareceu no filme Férias Frustradas, de 1983. Clark Griswold (Chevy Chase) para seu station wagon verde ervilha e assalta a recepção do hotel. Ele devia ao menos ter jantado antes. O restaurante El Tovar (928-638-2631, ramal 6432) é, de longe, o melhor da região. Com o calor de duas lareiras, relaxe bebericando um Arizona Sunrise (suco de laranja, tequila e grenadine; US$5.99) enquanto admira as paredes revestidas de tapeçarias das tribos Hopi e Navajo. Para jantar, comece com a salada da casa com vinagrete de pinhão (US$7,40) e escolha entre as costeletas de cervo (US$35,40) e o filé mignon com camarões não-cultivados, como prato principal.
22h - Atingido por uma estrela
Se o jantar saiu caro demais, aproveite o show gratuito em seguida. Como tem pouquíssima poluição naquela área – as cidades mais próximas, Phoenix e Las Vegas, estão a 200 milhas de distância dali – o céu noturno é cheio de estrelas. Pegue um dos panfletos gratuitos que ensinam a encontrar constelações no lobby do El Tovar e grude os olhos no céu. Pontos para quem conseguir encontrar a constelação Lesser Watersnake.
Sábado
17h - Sonata ao nascer do sol
As múltiplas camadas de rochas expostas do cânion são gloriosas na luz da manhã. Faça o download da trilha sonora de 2001: Uma Odisséia no Espaço para complementar (essa combinação realça ainda mais a experiência). Experimente uma corrida ou caminhada matinal na trilha que margeia o cânion rumo ao oeste e mantenha seus olhos atentos aos pica-paus fazendo seus turnos matinais. Nem se preocupe em tentar chegar ao Hermit’s Rest, construção de pedras do século 19 que leva o nome de um explorador franco-canadense que teve uma fazenda na região. Atualmente – sim, você acertou – o lugar foi transformado em loja de souvenires e lanchonete.
9h - Pegue o voo
As tais famosas mulas? Compre o cartão-postal. O animal cheira mal, caminha por estreitas saliências entalhadas nas paredes do cânion e vêm com uma lista de regras de fazer perder a coragem (está escrito no panfleto: “o viajante não pode ter peso superior a 90 quilos – sim, pesamos um por um! - e deve estar completamente vestido”). Junte-se aos tempos modernos e faça um passeio no helicóptero Eco-Star, modelo de energia eficiente projetada com janelas extras. Diversas operadoras oferecem o passeio, mas a empresa Maverick Helicopters (Grand Canyon National Airport on Highway 64; 928-638-2622) conta com uma frota nova e bons serviços. Os tours são realizados em pequenos grupos – no máximo sete pessoas – e o preço varia de acordo com a duração da viagem – a mais longa, cerca de 45 minutos, sai por US$225 por pessoa. Peça ao piloto para mostrar a Tower of Ra, um outeiro que leva o nome do deus egípcio do sol.
Meio-dia - Cesta de piquenique
O vilarejo onde se encontra o heliporto é Tusayan: uma frustrante coleção de restaurantes fast-food, motéis e lojas de souvenires. Compre um lanche no balcão da lanchonete localizada dentro do Market Plaza (que fica a uma ou duas milhas da entrada do parque; 929-638-2262). A comida não tem nada demais – sanduíches de pastrami e afins por cerca de US$5,98 – mas, pelo menos, você vai se livrar de almoçar em um fast-food.
13h - Vista do deserto
Chegar ao principal ponto turístico ao meio-dia irá poupá-lo da multidão que chega para o nascer e pôr-do-sol. A vista é igualmente impressionante. A partir do mirante da torre Desert View Watchtower (26 miles past Market Plaza on Highway 64 East), construído em 1932, é possível ver o Painted Desert, uma ampla faixa de terra atingida pela erosão onde o vento e a chuva expuseram camadas estratificadas de minerais reluzentes em tons de violeta, vermelho e dourado. Guardas do parque fazem palestras diárias sobre a história cultural da região.
15h - Brinque de arqueólogo
Os amantes de atividades ao ar livre vão gostar de mais uma trilha, desta vez um pouco mais poderosa. Para aqueles que já tiveram a dose suficiente de visita ao cânion do dia, outro tesouro cultural da região ainda aguarda por ser explorado. Cerca de 800 anos atrás, Wupatki Pueblo (cerca de 34 milhas ao norte de Flagstaff através da Highway 89; 928-679-2365) foi uma próspera base para os povos Sinagua, Kayenta Anasazi e Cohonina. Restauram os cem quartos, incluindo um espaço que arqueólogos identificaram como salão de bale, similar àqueles encontrados nas culturas pré-colombianas.
17h30 - Relaxe com sorvete
Se altura não é o seu forte, relaxe: você já passou pela parte mais difícil do Grand Canyon. Recomponha-se depois da viagem de volta à civilização com um sorvete na casquinha no pátio do Bright Angel Lodge (about two blocks west of El Tovar; 928-638-2631), que dispõe de uma antiga máquina de refrigerantes. O sabor Grand Canyon Crunch não existe mais – o sorvete de café com caramelo e pedaços de chocolate saía caro demais para ser fabricado em quantidades limitadas – mas, experimente o shake de morango (US$4,86). Dentro do motel rústico encontra-se uma banca de jornais, uma das poucas do parque.
19h - Jantar dançante
Com exceção do restaurante do El Tovar, a comida costuma ser horrível na região. Porém, dê uma chance ao Arizona Room (929-638-2631) localizado dentro do Bright Angel. Os nomes dos pratos são de encher os olhos – salmão selvagem grelhado em crosta de chilis com molho de melão e arroz pilaf com feijão preto e pinhão, US$22,15 – mas, não posso dizer o mesmo do estômago. A boa nova: as mesas próximas às janelas têm vista para o cânion. Depois do jantar, aproveite a lareira de pedras localizada no lobby. Com um pouco de sorte, você poderá assistir uma demonstração de dança Hopi, que ocasionalmente acontece no local.
Domingo
10h - Lado selvagem
A Floresta Nacional Kaibab tem 1,6 milhões de acres de pinheiros ponderosa ao redor do Grand Canyon, um destino especial para os amantes da natureza e entusiastas do camping. Depois de dizer adeus ao buraco no solo mais famoso do mundo pare no caminho de volta de Flagstaff para explorar o Kendrick Park Watchable Wildlife Trail (Highway 180, about 20 miles north of Flagstaff). É relativamente fácil avistar alces, texugos, pássaros azuis e falcões de rabo vermelho, assim como lagartos de chifres e outras criaturas da floresta. A região do Grand Canyon também é o lar de escorpiões, tarântulas, cascavéis e monstros Gila – estes, porem, geralmente estão confinados no próprio cânion.
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