Se você pensa que o Alasca não passa de um imenso bloco de gelo, está na hora de ir para lá. E de navio, que é a melhor forma de conhecer o que esse estado americano tem de mais bonito: o labirinto de canais junto à costa. Ao contrário dos cruzeiros tradicionais, onde as atenções se concentram no próprio navio e nas suas paradas, já que, na maior parte do tempo, só se vê o mar, nos navios que passeiam pelo Alaska a paisagem está sempre ao alcance dos olhos. E que paisagem! Impressionantes penhascos cercam as águas calmas, por onde os navios deslizam, driblando blocos de gelo que flutuam aqui e ali. Geleiras enormes se alternam com florestas de pinheiros e paredões de rocha.




Nessas paradas, surgem também as oportunidades de passeios que tornam os cruzeiros ainda mais interessantes e originais, trocando-se os navios por helicópteros e aviões. Assim dá para sobrevoar a monumental geleira de Juneau, uma das maiores do mundo, onde se pode, inclusive, pousar sobre o gelo.. Acredite: você nunca viu nada igual!
O mesmo vale para os lagos dos Misty Fjords, ou Fiordes Enevoados, onde o pouso é de hidroavião. Já em Skagway, outro vilarejo da época do ouro, pega-se o trem de uma antiga ferrovia, que atravessa desfiladeiros muito mais excitantes do que qualquer montanha-russa.
E o melhor é viver uma aventura dessas num navio com todas as mordomias. Algo que os antigos exploradores do Alaska jamais poderiam imaginar. E que você talvez não soubesse que existia.

Após a acomodação nos respectivos e confortáveis camarotes e demonstração de sobrevivência, a bordo, no caso de algum imprevisto durante a viagem, fui fazer um passeio de reconhecimento do navio até a hora do jantar. Durante os dias do cruzeiro estão inclusos o regime de pensão completa (café da manhã, lanches, almoço, jantar e ceia, e toda a programação de atividades e lazer).
O navio, por si só, já é um confortável e luxuoso resort cinco estrelas com elevadores panorâmicos voltados para o mar e um atrium de vidro com 9 andares de altura, o que proporciona uma vista espetacular para as geleiras. Seu “deseign” aéro-dinâmico oferece total conforto, velocidade e espaço para os 2.100 hóspedes e seus 860 tripulantes. Boates com música ao vivo, cassino, spa, sauna, centro de esportes, biblioteca, teatros, piscinas, salão de beleza, free shop e vários restaurantes, fizeram da viagem um sonho de fada.
Bem, a primeira noite, o dia e a noite seguintes navegamos através das águas da Inside Passage (que ignifica passagem interna). É um emaranhado interminável de ilhas, fiordes e encostas montanhosas, que proporciona aos navios uma ampla avenida de águas tranqüilas e um balanço doce e suave.

O Hubbard Glacier, o mais longo rio gelado da América do Norte é também um dos mais ativos glaciares de sua espécie no Alaska. Os navios são construídos especialmente para poder se aproximar o mais perto possível dos glaciares e assim proporcionar aos passageiros a melhor visão possível desta maravilhosa e gigantesca massa gelada com suas 1.350 milhas quadradas de gelo azulado. Ficamos aproximadamente uma hora e meia bem em frente ao Glacier, contemplando essa incrível arquitetura, obra prima da natureza, assinada pela mão de Deus.


No distrito histórico da cidade, muitas das fachadas e calçadas datam da época da febre da exploração do ouro. O porto de Skagway, dá para ter idéia do tamanho da aventura que foi a corrida do cobiçado minério. No verão, os ventos são, em geral, muito fortes. As temperaturas variam entre 15 e 21 graus centígrados.
É uma cidade-cenário para aquisição de “souvenirs” caros e peles baratas, com grande variedade em jóias, presentes e comida local, à base de peixe (salmão) que pode ser encontrado embalado para viagem Lá comprei uma belíssima boneca Yukon para a minha neta. Fecha no inverno, quando os lojistas voltam para a Califórnia, onde realmente vivem.
Após uma etapa noturna amanhecemos em Juneau a mimosa e faceira capital do Alaska e terceira maior cidade.do estado e repleta de contrastes, sendo sofisticada e cosmopolita, no coração da Floresta Nacional de Tongass. A rica cultura e histórias locais podem ser observadas nos seus diversos museus e por toda a cidade, que é protegida por altas montanhas e voltada para o Canal de Gastineau.

A Franklin Street está repleta de “souvenirs”, o Red Doig Saloonn, uma antiga taverna que ainda guarda o espírito dos anos da corrida do ouro, quando o Alaska chegou a ter três das cinco maiores minas do mundo. De Juneau o “Radiance” partiu direto para Ici Strait Point – Hoona quando utilizamos pequenos barcos motorizados para desembarcar na cidadezinha que é o único porto da região selvagem do Alaska. Esta área foi o lar dos nativos Tlingit de Huna por milhares de anos. É beleza, grandeza histórica. Aí temos uma amostra do Alaska real.
Construído para uma indústria e restaurado para o prazer dos visitantes, há décadas o porto gelado do Strait foi o ponto de uma das fábricas de conserva do salmão, e uma das mais produtoras do mundo. Hoje, é um testemunho vivo do passado. Restaurada integralmente, a fabrica de conserva gelada do porto de Strait reabriu em 2004. Seus salões mostram toda a história da família que investiu no negócio original, lojas, um museu e uma exposição da fábrica de conservas de 1930.
Há muito que fazer no neste ímpar logradouro, como ver baleias, ursos marrons, águias, visitar florestas antigas, ou andar pela praia e participar de um cerimonial com os nativos ao redor de uma fogueira. Depois comer e apreciar um hamburger de salmão, delicioso!...
Oportunidade única de entrar em contato com a cultura local, ouça as histórias tribais, experimente a dança dos Tinglit e compre lembranças no grande balcão do salão.

Desfrutando do conforto e mordomias do hotel transatlântico nossa última escala foi em Ketchikan , a cidade do salmão, rodeada de bosques de cedro, abetos e cicutas que a envolvem harmoniosamente com seu sombreado acolhedor, e considerada como a primeira do estado do Alaska. Ruas de madeira, em círculo, como a linda e chamativa Creek Street, ás margens do canal Ketchikan, cheia de lojas e cafés, que no passado foram os bordéis mais conhecidos e famosos do Alaska. Lá, visitei o bordel da Dolly, preservado em detalhes, com o mobiliário original e mulheres vestidas a caráter, uma personificando da própria Dolly, e, que funcionou até os anos 60. A casa é pintada na cor verde, não tem o que errar.. Fiquei encantada com o lugar, que por duas vezes já visitei, e cada vez encontro mais coisas a desvendar. Tirei fotos com a falsa Dolly e suas amigas de grandes aventuras no passado. Caminhei vagarosamente ao longo da tranqüila, aconchegante e atraente avenida,.depois, debrucei-me sobre a amurada de madeira que contorna a Creek Street ao longo do rio, para apreciar os salmões nadando, tranqüilamente, nas águas mansas do canal, ao mesmo tempo que saboreavam migalhas de pão atiradas por mim e outros turistas.
Para a aquisição de tótems de cedro (madeira) imitação autêntica das habilidades Tinglit, as melhores amostras encontram-se no Totem Bight State Park a 16 km. do centro da cidade.
Visitei uma fazenda de criatório de salmões e fiquei admirada com a quantidade de peixe que existe no local. Você pode pegar com as mãos um salmão sem fazer o mínimo esforço. Foi por demais! Quanto a magnífica e estonteante natureza, deslumbrei-me a bordo de um hidroavião sobrevoando os soberbos Misty Fiords pousando no Lago Nooya. Só vendo para sentir e curtir esta indescritível parte do Alaska.
De Ketchikan, navegando através da Inside Passage retornamos a Vancouver, já no Canadá e de lá para o Brasil, pousando primeiramente em São Paulo e depois, Belém do Pará, onde realmente começa a Amazônia e tudo é diferente.
Se você pode, eu recomendo, faça esta viagem de sonho e realidade.
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