Espalhadas pela India existem milhares de cavernas budistas chinesas que foram utilizadas durante o império do Primeiro Imperador, para abrigar eremitas de Dalai Lama de todas as partes do oriente.

Quando o budismo começou a desaparecer, essas cavernas foram abandonadas, sendo descobertas muitos anos depois por britânicos que procuravam por ouro e especiarias que, desprezando tão fantásticos símbolos de valor histórico cultural, chegaram até a explodir algumas delas.

Como símbolo e testemunho sem interrupção da história religiosa do budismo por um período de setecentos anos, a pouco mais de duas horas da antiga cidade indiana de
Aurangabad, hoje um dos principais destinos turísticos da Índia, podemos visitar as famosas Cavernas de Ajanta, conjunto arquitetônico composto de trinta e duas grutas talhadas nas colinas por trabalhadores que apenas utilizaram cinzéis e martelos.

Meticulosamente, cinzelando pouco a pouco a rocha, os artesãos esculpiram e criaram fantásticas obras de arte não só na rocha vulcânica de basalto, como também nas paredes e tetos.

Através de Ajanta, declarada Patrimônio Mundial da Unesco em 1983 podemos aprender sobre as várias facetas da vida antiga na Índia, desde as crenças religiosas daquela época, o trabalho artístico dos artesãos, o traje do povo e até à posição política e econômica dos governantes.

Em penhascos quase verticais, vê-se uma série de colunas ostentando gravuras maravilhosas, talhadas no granito, indicando as portas de entrada para os Caityas - templos budistas - e os Viharas - mosteiros ou locais de habitação.

Impressionam ao ponto de emocionar, as pinturas que cobrem quase todas as paredes . As que se encontram próximas aos santuários representam Buda, enquanto as mais terrenas, nos vestíbulos principais, descrevem Jakata - contos populares - das vidas passadas. É maravilhoso perceber através do realismo nas expressões e emoções capturadas nos rostos, como esses artistas desconhecidos, utilizando apenas ferramentas rudimentares, já sabiam como descrever a perspectiva e a profundidade, em seus trabalhos.

Uma curiosidade bastante divulgada é que “esses milenares Chaityas, são muito similares às catedrais cristãs, com pilares de pedras decorados, tetos em forma de abobadas, vigas de madeira que se cruzam em nervuras, destacando no centro - onde a igreja cristã tem seu altar - uma grande estátua de Buda”, gerando a dúvida se não foram estas cavernas a fonte de inspiração dos grandes arquitetos da Idade Média.

Não importa, o importante é que hoje podermos viajar nesta monumental nave do tempo onde os séculos parecem pequenos grãos de areia.




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